sexta-feira, maio 30, 2014

cegueira

Por que me resulta tão difícil acreditar nas tuas palavras fáceis, onde o ruído e o silêncio se enleiam em inférteis novelos opacos?
Espero mais, quero mais que palavras vagas.
Quero devastar o instinto que te impele a recuar, quero sentir que nos mereço, quero rasgar o laço que te deixa à mercê de ti próprio e arrancar o véu que nos detém os passos.
Quando na tua boca só crescem desculpas do que fomos, não me atrevo a desenganar-me. Não.
Não deixes que penduremos no frágil prego das horas, o vazio que preenchemos...
É na hora da despedida que lateja o peito, que salta pela boca o coração, que se derrete o estômago e que se enevoa a voz, rouca do prenúncio de solidão.
É quando se esgueiram os dissimulados agoiros por detrás da verdade que cega.

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